A igreja de São Domingos de Gusmão no Rio de Janeiro

A primeira igreja no Rio de Janeiro dedicada a São Domingos de Gusmão foi na verdade uma capela, construída por escravos no início do século XVIII. Ficava numa área remota, fora do Centro, chamada Várzea da Cidade. Ninguém por ali morava, só existindo um caminho que ia dar no Valongo. A partir daí, a uma certa altura, pegava-se o acesso ao modesto templo, que ficava perto de um cemitério onde eram sepultados escravos.

 

Os anos passaram e a zona urbana começou a se expandir em direção ao Mangue, envolvendo a pequena capela com novas construções e inserindo-a em uma rede de ruas até então inexistentes.

 

Em 1791, no mesmo local foi construida a Segunda Capela de São Domingos de Gusmão. Daí em diante o pequeno espaço entre a Rua do Sabão (atual General Câmara) e Valongo (atual Camerino) recebeu o nome de Largo de São Domingos.

 

A nova Capela era pequena e tinha três altares dedicados a São Domingos, Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora das Dores. Foi o sino desta igreja, que hoje se encontra na nossa Paróquia, o primeiro a tocar anunciando a assinatura da Lei Áurea.

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Imagem: Igreja de São Domingos no Largo de mesmo nome. Foto de Malta 1911
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Imagem: Igreja de São Domingos 1905

Na década de 40 um amplo Plano de Obras levado a efeito na gestão do Prefeito Henrique Dodsworth, encomendado ao engenheiro Edson Passos, que tinha como objetivo desafogar o trânsito da cidade, foi o responsável pela demolição de diversos templo no Centro, entre eles a Capela de São Domingos.

 

A comoção religiosa provocada pelo desaparecimento da antiga Igreja de São Domingos levou a Arquidiocese a decidir pela transferência da comunidade e irmandade para dois terrenos com duas casas antigas, comprados com a indenização recebida da prefeitura.

Os cultos da capela se realizavam em uma das antigas casas (a de nº 120), em que se retiraram as paredes divisórias de estuque. A casa de número 116 estava alugada. No total eram 179 metros de comprimento. Durante a gestão do Padre Lucas foi vendida parte do terreno dos fundos e durante a gestão de Monsenhor Alfir, o terreno da frente, o de número 116.

 

Em 1967, o hoje diácono permanente Vinícius Nelson, frequentador assíduo da capela de São Domingos, propôs a seu amigo Cardeal Dom Jaime Câmara, a criação de uma nova Paróquia com pequena comunidade. O Cardeal prometeu que se o diácono conseguisse o pedida da Ordem Terceira de São Domingos, assim o faria.

 

Dr. Vinícius ingressou então na Ordem Terceira e após as missas lançava a ideia da criação de uma Paróquia para a comunidade. A novidade logo ganhou apoio, inclusive de irmãos mais antigos da Ordem, como o Sr. Novello Santo e toda sua família. 

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Imagem: antiga casa no nº 120 com as paredes internas demolidas. Acervo pessoal.
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Imagem: Missa de ereção da nova Paróquia, celebrada em 19 de maio de 1968 - Acervo pessoal

O pedido de criação da nova Paróquia foi aprovado em Assembleia da Ordem Terceira. Foi entregue o abaixo assinado ao Cardeal em 22 de abril de 1967. A partir daí, iniciou-se uma campanha para angariar fundos para o reinícioda construção da igreja. Já havia por cima do velho prédio a cobertura de alumínio e ferro, que continua como telhado da igreja até hoje, tendo sido construída pelos irmãos da VOT de São Domingos durante os mais de 20 anos em que estiveram à frente da comunidade. No Natal de 1967 foi celebrada a primeira missa no novo presbitério da igreja, ainda em cimento.

 

Em 14 de maio de 1968 foi divulgado o Decreto de Ereção da nova Paróquia e no dia seguinte, a provisão do novo pároco, Padre Lucas Rebello Malaquias.

 

Fonte: Jubileu de Ouro Paróquia São Domingos de Gusmão 2018

igreja decorada para casamento